domingo, fevereiro 24, 2008

GOL CONTRA

É noite aqui no Brasil e já próximo de um novo dia. Um Domingo chuvoso, um daqueles dias em que não há perspectivas algumas para um bom programa e que realmente não houve. Isso só me traz pensamentos pessimistas e de contestação. Assim, fiquei pensando durante muito tempo sobre o que escrever hoje.
Dois temas se destacaram e os mesmos poderiam ser abordados separadamente, dando origem a duas crónicas distintas: 1- a crise dos times de futebol; 2- o excesso de loterias. Resolvi, então, fazer um bolo com os dois ingredientes...
O governo federal do Brasil acaba de criar uma nova loteria --- Timemania, cuja intenção é a regularização das dívidas, impagáveis, dos clubes com a União. Impressionante! Essa ajuda destina-se àqueles que participam das séries A, B e C do campeonato brasileiro e que se comprometam com a publicação de balanços financeiros e que comprovem formalmente "ficha limpa" dos seus dirigentes nas várias instâncias da Justiça.
É mais uma loteria para o povão gastar um pouco dos seus míseros "trocados". No Brasil tem algum tipo de loteria todos os dias e há dias em que é mais que uma. Isto para só abordar as oficiais, pois tem as contravencionais também... E existe uma lei da década de 40 que proibe o jogo no país...
Eu jogo em algumas delas, dentro das minhas disponibilidades, pois é um dos defeitos que encampei desde tenra idade e, confesso, sempre com fé e esperança de que um dia a sorte baterá à minha porta. É assim com todos os jogadores... Todavia, nesta nova loteria eu jamais jogarei! Garanto que não e explico porquê.
Sempre gostei de futebol, tenho os meus times de coração e esporàdicamente ía aos estádios assistir a partidas interessantes, coisa que hoje não faço mais pelos mesmos motivos que me levam a não apostar na nova loteria. Acho uma grande imoralidade um clube pagar salários astronómicos aos seus atletas e técnicos (além dos desfalques que alguns dirigentes praticam) e não pagar as contribuições e impostos que são um dever de todos.
Se o clube está atolado em dívidas impagáveis, o procedimento normal seria fechar as portas, ter os seus bens imóveis confiscados e os dirigentes indiciados em inquéritos judiciais. Vir o governo com soluções lotéricas como esta de agora, é incitar à imoralidade, ao desrespeito das leis e estimular a corrupção. Gol contra!

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