quarta-feira, setembro 05, 2007

TIMOR ---- AGRESSÃO À NATUREZA

Há 37 anos eu deixei Timor, então colónia portuguesa, depois de ter cumprido comissão militar como Furriel Miliciano do Exército.
Como quase todos os que regressam a casa, alguma coisa eu trouxe de lembrança: uma colecção de conchas marinhas que eu mesmo formei e fruto das muitas sessões de mergulho na muralha de corais e algumas peças do artesanato local. Nada que agredisse a Natureza. A cacatua e o lorico que sempre tive na minha casa, em Díli, deixei com o meu mainato Mariano.
Muitos dos meus camaradas, desde soldados a oficiais de alta patente, trouxeram consigo exemplares das referidas aves. Vi isso quando embarcavam com destino a Lisboa e voltei a observar algumas cacatuas que alguns levavam consigo quando dos habituais encontros anuais de convívio.
Sempre fui contra o tráfico de animais silvestres em qualquer parte do Mundo. No Brasil essa prática atinge níveis assustadores e o combate à mesma é muito difícil.
Quanto a Timor, onde sempre existiu esse costume do "malai" levar alguma ave como recordação, actualmente as coisas estão tomando, também, proporções preocupantes. Nas ruas de Díli observamos esse comércio de aves raras e de partes de corais.
Nunca mais voltei a Timor. Todavia, com as informações que temos hoje e em tempo real na internet, estou à vontade para escrever sobre o assunto. Além disso, conhecedor no terreno o que se passa na América do Sul, posso vaticinar tempos negros para a terra maubere. É urgente a tomada de medidas drásticas que ponham um ponto final a esse desastre ecológico. São muitos os problemas a enfrentar e este é mais um tão importante quanto os demais.

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