À hora em que escrevo aqui no Brasil, neste dia 9, já é madrugada do dia 10 em Portugal. Assim me justifico pela postagem "antecipada".
10 de Junho é a nossa maior data! Outras se comemoram e deixam de comemorar mais tarde consoante as direcções que os ventos políticos ou doutrinários soprem. O dez de Junho é intocável e sempre faz bater mais forte o coração de todos os portugueses que, afinal, se orgulham e orgulharão dos seus antepassados, bem como dos actuais e futuros patrícios que elevam ou venham a elevar o nome de Portugal.
Camões é o símbolo que sempre se manterá e o escolhido para esta data maior. Ele é respeitado em todos os países que constituiem a Comunidade Lusíada. Por isso escolhi, para a comemoração no blog, as três primeiras rimas octanas do "Canto Primeiro" de "Os Lusíadas".
1
As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia lusitana,
Por mares nunca dantes navegados,
Passaram ainda além da Tapobrana,
E em perigos e guerras esforçados,
Mais do que permitia a força humana,
E entre gente remota edificaram,
Novo Reino, que tanto sublimaram;
2
E também as memórias gloriosas
Daqueles reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando;
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando
---Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
3
Cessem do sábio grego e do troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandre e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram,
Que eu canto o peito ilustre lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram;
Cesse tudo o que a antiga Musa canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.
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