O ex-dono do Banco Marka, Salvatore Cacciola, será enfim extraditado para o Brasil. Nesta sexta-feira, Sua Alteza Sereníssima o príncipel Albert, de Mônaco, confirmou a decisão tomada na Corte de Apelações do principado, que rejeitou os recursos do banqueiro e deu sinal verde para o retorno de Cacciola ao país.
Particularmente, ainda tenho as minhas dúvidas quanto ao seu retorno, pois acredito em bruxas (porque las hay) e nas poções que elas entretanto podem preparar nos seus caldeirões. No "hipotético", retorno ao país, ele irá para a cadeia, pois que em 2005 o banqueiro foi condenado a treze anos de prisão pelos crimes de peculato e gestão fraudulenta. Tendo conseguido um habeas corpus, fugiu para a Itália, operação fácil por ter cidadania italiana (dupla nacionalidade) e, certamente, mercê de favores de gente importante que tem o rabo preso.
Ainda tenho gravada na minha memória aquelas imagens em que se via esse delinquente granfino passeando de lambretta nas ruas de Roma e dando um sorriso irónico e cínico para as câmeras, afirmando aos repórteres que havia esquecido o Brasil para sempre. Confesso que aquilo foi um murro no meu estômago e quase vomitei. Enquanto usufruir de tudo o que aquele 1,5 bilhão de dólares roubados puderam e poderão dar-lhe na vida, não se esquecerá deste paraíso nesta margem à beira mar plantado e descoberto. Que Camões me perdoe por usar palavras do seu poema maior neste trocadilho numa hora em que estou remexendo na merda.
Essa extradição não foi um castigo e sim um prémio. Tenho a certeza que aqui ele "limpa a ficha" e voltará para junto dos imperadores e dos mafiosos romanos. Dois ou três meses de reclusão numa cela 5 estrelas passam rápida e confortàvelmente. A menos que o Brasil tenha mudado e eu não notei...
Sem comentários:
Enviar um comentário