Zelaya, o presidente deposto de Honduras, afirma que regressará ao seu país acompanhado dos presidentes da Argentina, Equador e altos funcionários da ONU e OEA.
O novo governo do país ameaça-o com prisão quando do desembarque.
A cena faz-me lembrar anos atrás quando Timor-Leste estava sob o domínio da Indonésia. Um grande navio foi fretado e nele viajaram altas personalidades, como o ex-presidente português Ramalho Eanes. A missão era atracar no porto de Díli e prestar solidariedade ao povo timorense. A marinha Indonésia não deixou o navio entrar em águas territoriais timorenses. O acto limitou-se a jogarem flores no mar...Agora, em Honduras, quero ver a não autorização de aterragem do avião e a reacção dos passageiros ilustres. Isso vai dar muito pano para mangas...
Vinte e cinco obras do pintor Alfredo Volpi fôram furtadas em 2007; foi quando se notou a sua falta na casa de familiares.
Esse furto ficou em segredo até agora por opção da polícia civil. Porquê? Se o acontecimento tivesse sido tornado público de imediato, muitos bloqueios teriam sido montados à circulação das obras.Agora vai ser difícil ou até mesmo impossível a sua recuperação. Que se dane!
Muito interessante aquele papo do Primeiro Ministro italiano quando afirma que não é da sua índole pagar a mulheres para fazer programas; que impera o gosto e arte da conquista. Isso é profundo, muito profundo, cara pálida!...
Há uns anos atrás, eu poderia dizer o mesmo. Talvez mesmo as suas palavras fossem sinceras. Porém, estando os dois na mesma faixa etária, posso afirmar que isso é conversa para boi dormir. Elas nem olham mais para nós; a não ser alguma coroa do nosso tempo.A verdade é que, como eu não tenho a grana e o poder do gajo, não estou comendo quase nada e o poder da conquista já era. Toma jeito mané!
Um motorista do Senado ganha mais para dirigir um automóvel do que um oficial da Marinha para pilotar uma fragata!
Um ascensorista da Câmara Federal ganha mais para servir os elevadores da casa, do que um oficial da Força Aérea que pilota um Mirage.
Um diretor que é responsável pela garagem do Senado ganha mais que um oficial-general do Exército que comanda um regimento de blindados.
Um diretor sem diretoria do Senado, cujo título é só para justificar o salário, ganha o dobro de um professor universitário federal concursado , com mestrado, doutorado e prestígio internacional.
Um assessor de 3º nível de um deputado, que também tem esse título para justificar seus ganhos, mas que não passa de um "aspone" ou um mero estafeta de correspondências, ganha mais que um cientista-pesquisador da Fundação Instituto Oswaldo Cruz, com muitos anos de formado, que dedica o seu tempo buscando curas e vacinas para salvar vidas.
A Agência Nacional de Telecomunicações decidiu proibir a Telefônica de vender seu serviço de acesso rápido à Internet depois de uma série de interrupções no serviço Speedy nos últimos meses. A proibição da venda do serviço Speedy vale até que a Anatel comprove que as medidas de regularização do serviço foram executadas. Caso a empresa descumpra a determinação, a agência estabeleceu multa de 15 milhões de reais mais 1 mil reais para cada acesso do Speedy vendido.
Aqui neste espaço uma vez eu já me tinha manifestado contra essa empresa espanhola que, infelizmente, tem como sócia uma portuguesa. Que as duas vão para o raio que as partam!
Essa privatização das telecomunicações por parte do governo de Fernando Henrique Cardoso, foi um dos maiores desastres e escândalos também.
Não se pode admitir que paguemos uma assinatura básica, pesada, por um serviço que não usufruímos. Além disso, nós usuários de internet, sofremos constantemente por causas dos cotidianos problemas na banda larga.
Sei que reclamar dessas situações num blog, não leva a nada.Todavia, ainda é uma das maneiras, pois a grande imprensa beneficia-se de polpudos contratos de propaganda e jamais contrariará os patrões.
Até hoje a Itália é um daqueles países que muito me seduz, principalmente pela beleza das suas mulheres. Naturalmente que mulheres lindas e gostosas se encontram em qualquer lugar do planeta e em muitos pelos quais passei tive a prova disso; principalmente aqui no Brasil, onde a coisa, para mim, sempre foi mais palpável...
Voltando à Itália, na minha adolescência eu não perdia um filme daquele país e muitas das suas atrizes fizeram parte das minhas fantasias. Elas não eram escolhidas só pelo seu talento, pois que a esse era adicionado o item beleza; e muitas vezes a beleza imperava sobre o talento...Ùltimamente temos tido notícias sobre escândalos envolvendo políticos de renome e, agora, técnico de futebol também renomado.
É interessante que se usa o termo "escândalo" quando pessoas importantes estão envolvidas e para os demais mortais não, principalmente quando a coisa descamba em divórcio...Mas é isso mesmo. Ninguém é de ferro, a carne é fraca e La bella Itália é um paraíso para irresistíveis traições...
À primeira vista é um caso ultrapassado. Não consta da agenda das diplomacias envolvidas com relação a datas próximas. Não quer dizer que, mais tarde ou mais cêdo, não se venha a incluir numa pauta de conversações bilaterais, sem recurso a medidas drásticas e irracionais como as de antanho na década de 80.
Lògicamente que a minha crónica de hoje não vai abordar especìficamente o problema das Ilhas, pois seria descabido. Mas mantenho o título --- um dos que excepcionalmente coloquei antes de organizar as ideias e escrever o texto. Por isso, esta minha introdução explicativa...
Só falta explicar o porquê da minha navegação nestes mares, mas isso surgiu mercê dos últimos contactos com os velhos camaradas de Faculdade (que continuam), visando o nosso Encontro-Almoço de Julho próximo. O momento veio trazer à tona essas lembranças e, mais ainda, porque fui cutucado...
Naquele ano de 1982, entre Abril e Junho, período da duração da Guerra das Malvinas ou Falkland War, era frequente comentar-se a respeito nas aulas de Técnicas de Vendas, do curso de Administração de Empresas. Numa Faculdade é perfeitamente normal haver abordagens a assuntos extra curriculares pois que, afinal, tudo concorre para uma melhor formação dos alunos e até dos professores...
O assunto em questão era apaixonante e, naturalmente, gerou correntes diversas de opinião, umas a favor e outras contra, no âmbito geral. Eu era declaradamente a favor dos britânicos, atitude raríssima na medida em que sempre critiquei e continúo a criticá-los por causa das muitas arbitrariedades em que se envolvem. A minha virada de casaca, nessa altura, devia-se a outros componentes.
Sempre fui uma pessoa muito tímida e continúo sendo. Porém, numa roda de amigos eu consigo vencer algumas barreiras e sei que transmito uma imagem diferente; inconscientemente uma imagem virtual. Assim, sobressaía-me na exteriorização das minhas ideias e opiniões e isso levou o professor a mobilizar-me para um debate em sala de aula e com dia marcado, mesmo perante a minha contrariedade.
O meu oponente era um colega que se sentava numa das carteiras do fundão (cujonome não me vinha à memória, mas fui agora informado que se chama Osni) e acirrado admirador dos argentinos e sua posição na disputa das Ilhas. Aliás, a sua postura era de declarada admiração dos regimes de então no Cone Sul.
Certa altura, durante os meus estudos na escola secundária em Portugal, fiquei escalado para uma palestra na aula de História. Era sobre os 500 anos das Descobertas. Lembro-me que passei muitas horas na Biblioteca de Évora folheando calhamaços e, com isso, adquiri conhecimentos importantes. Nessa linha de estudo e pesquisa mergulhei em tudo o que se relacionava com as Malvinas no campo da história. E esse era, cria eu, o meu grande trunfo no futuro debate. A par disso, recortava todos os dias dos jornais o que se publicava sobre a guerra e montei um dossier. Estava muito confiante na minha performance...
Uns dias antes do programado debate, numa das habituais conversas com o meu amigo Marcos, aluno do curso de Economia, abordámos o assunto. Tracei um esboço do meu trabalho e, de pronto, ele me aconselhou a rever o que eu pensava incluir (nada mais, nada menos, que uma abordagem política). E, porquê? --- perguntei-lhe. A resposta foi clara e incisiva: atacar a ditadura argentina era como se atacasse a brasileira; isso publicamente e ainda por cima vindo de um estrangeiro-residente, erra barra pesada.
Pensei muito a respeito e cheguei à conclusão que era mais prudente não enveredar por esse caminho. Pensei, sobretudo, na minha família. Assim, no dia do debate e antes de entrar na sala de aula, procurei o professor e pedi-lhe que anulasse ou adiasse o evento. A resposta foi negativa!
Entrei na sala nervoso. Notei que estava cheia e havia convidados. Alguns colegas levaram as esposas para assistir. O acto revestia-se de muita importância.
O primeiro a ser chamado para falar foi o meu oponente. Quando ele começou a dissertar sobre a parte histórica, notei que estava ali quase tudo o que eu pesquisara e isso já me iria reduzir a munição. E não passou disso --- só história.
Chegou a minha vez. Cheguei lá na frente e as palavras não saíam. E não saíram. Apercebia-me do ridículo da minha postura e isso me enterrava mais. Nunca tive o dom de falar em público para uma plateia assistente e, além disso, como um pássaro, as asas já me tinham cortado e eu não poderia voar.
Voltei para o meu lugar cabisbaixo e sujeitei-me a ouvir um monte de impropérios vociferados pelo mestre. Lembro-me que o já falecido colega Duarte dissera naquele momento: "eu era a favor da tese pró ingleses, mas mudei de lado"; o Schmidt segredou-me: " estou estranhando você! um cara que andou nas guerras de África não reage?!".Até hoje eu carrego esse peso na consciência. Porém, publicando isso tudo aqui hoje, sinto-me um pouco mais aliviado. Quem sabe, até, se compreendido?
Esta área verde do mapa maior é a mesma representada, em forma de coração, no mapa menor que representa o Brasil. É um conjunto de Reservas dos índios Kayapó nas suas diversas divisões.
A área cor-de-rosa que circunda a Reserva representa o total desmatamento e é ocupada pela agro-pecária.Não tenhamos dúvidas sobre que o Brasil, mais tarde ou mais cêdo, será representado por um mapa cor-de-rosa quase na sua totalidade, tendo aqui e ali pequenos pontos verdes a destoar...
Conversa entre três amigos com mais de 50 anos, já aposentados:
- O que você tá fazendo na vida, Toninho? (ex-executivo da Pirelli)
- Bem... eu montei uma recauchutadora de pneus. Não tem aquela estrutura e organização que havia quando eu trabalhava na Pirelli, mas vai indo muito bem.
- E você, José? (ex-gerente de vendas da Shell)
- Eu abri um posto de gasolina. Evidentemente também não tenho a estrutura e a organização do tempo que eu trabalhava na Shell, mas estou progredindo.
- E você Marcos Vinicius? (ex-alto funcionário do Congresso Nacional - Secretário de um Senador do PMDB -ES)
- Eu montei um puteiro na Praia do Canto - Vitória!...
- Um puteiro ?!
- É! Um puteiro ! É claro que não é aquela zona toda que é o Congresso Nacional, mas já tá dando lucro!!!
Sou fã de Cristiano Ronaldo e, puxando a brasa à minha sardinha, nutro admiração e torço por qualquer português que se evidencie, pelo lado positivo, em qualquer recanto do mundo. Possìvelmente ele e muitos outros, promovidos ao estrelato, não sintam nas veias o fluxo do nosso sangue do mesmo modo que eu e outros mortais portugueses. E, claro, preocupações com quem está em patamares muito abaixo na pirâmide, certamente não têm. Nem mesmo eu esperaria que algum deles me pagasse o almoço de hoje, pois já o ganhei com o esforço dos meus braços.
O meu ponto de mira abrange outro alvo: o dos contratos milionários; indecentemente milionários. E, assim, manifesto a minha discordância e total desaprovação no que respeita a esta última transação no valor de 94 milhões de euros, valor pago pelo Real Madrid para a contratação de Cristiano.
Naturalmente que isso não se circunscreve sòmente ao futebol. Noutras áreas esses valores altíssimos também são aberrantes. Deveria haver limites para tudo isso e, principalmente, lisura, transparência e fiscalização no rasto dessas movimentações financeiras.Os patos que pagam tudo isso, deveriam ter acesso a todas as informações e, assim, saber a localização do fulcro onde se apoia a alavanca que move o pedregulho que origina as grandes crises que só a eles acabam por afetar.
Hoje acordei meio confuso por causa de sonho ou pesadelo muito desagradável. Não sei o que me carregou com isso. Cheguei a pensar que seria uma jornada difícil e até fiquei receoso que algo desagradável surgisse durante o dia.
Felizmente nada de negativo aconteceu e, antes pelo contrário, boa surpresa tive. Assim como o tempo anda louco, muitas outras coisas andam desajustadas e tudo se embaralha...
Vinte e seis anos depois que terminei o curso de Administração de Empresas, nas Faculdades Padre Anchieta, em Jundiaí (SP), o telefone tocou e eu atendi. Pelo modo gaiato da abordagem, imediatamente deduzi que do outro lado da linha tinha alguém que me conhecia muito bem, mas cuja voz não identifiquei. Era o Schmidt, meu companheiro que se sentava na carteira ao lado da minha durante as aulas do curso. E depois que com ele conversei, outro companheiro da mesma época também ligou --- o Valdir. Mais tarde recebi e-mail da Laura.
Eles conseguiram o que eu há muito tempo ando tentando sem sucesso: encontrar colegas daquele tempo. Apesar de todos os recursos modernos, como a internet, eu não consegui. Sem dúvida, eles são melhores que eu na arte da investigação e pesquisa.
Ficou combinado que eu participarei de um almoço de confraternização, para que fui convidado, no próximo mês de Julho, onde se espera que a maioria daqueles que fôram companheiros durante quatro anos esteja presente. Quatro deles, infelizmente, não estarão porque já passaram para o andar de cima e espero que nenhum outro, dos que falta contactar, tenha viajado para a mesma dimensão.
Não obstante a nota triste, essa surpresa rendeu uma prosa gostosa e um resumo de notícias sobre outros mais; uma perliminar do todo de cada um que será exposto no grande Encontro. Indubitàvelmente, este foi um grande dia!
O corpo humano, quando se encontra com vida, tem uma flutuabilidade neutra. Isto é, quando respiramos, enchemos os pulmões de ar, o que nos permite flutuar. Se expulsamos todo este ar, veremos que afundamos na água. Isto acontece porque nosso corpo é um recipiente estanque que nos permite armazenar gases em seu interior, variando sua flutuabilidade. Quando o ser humano morre, os pulmões vão deixando o ar sair de seu interior. Assim, se estiver na água, o corpo afunda devido a seu peso e nula flutuabilidade.
E agora vem a sua pergunta: por que o corpo flutua? Isto acontece porque, quando o corpo entra em decomposição, a atividade bacteriana em seu interior causa uma reação que libera gases que ficam armazenados em seu interior. Quando se acumula suficiente quantidade de gás, o corpo ganha flutuabilidade para subir de novo à superfície.
O tempo para que este fenómeno aconteça depende de vários fatores, mas principalmente da temperatura da água, já que quanto mais fria estiver, menor atividade bacteriana haverá e menor volume terão os gases acumulados no interior do cadáver. Pode, inclusivamente, acontecer o corpo ficar conservado pelo frio e jamais subir à superfície.
Não poderei afirmar que na maioria dos países o ministro da defesa é um civil ou um militar mas, na maioria dos países democráticos essa é a tendência e acho até que por uma questão de independência.
Seja como fôr, um ministro de qualquer pasta terá que ter a capacidade mínima para absorver o essencial dos meandros que formam o seu ministério ou, no mínimo, manobrar as peças e olear as engrenagens de modo que a sua actuação seja simplesmente de comando.
No Brasil sempre existiu grande aversão aos civis, por parte dos comandos militares, para que a um deles se subordinem e, algumas vezes, assistimos a actos explícitos de desobediência ou pura e simples ignorância de ordens ou posturas.
Naturalmente que eu condeno esse corporativismo e tenho bases concretas para assim pensar, pois já comandei muitas equipes de trabalho em que só teria que usar o cérebro. Por exemplo, numa área de manuseio de materiais sob a minha gestão, aceito pacìficamente que o operador de um guindaste ou empilhadeira conheça muito mais que eu sobre a máquina. Porém, o conjunto das habilidades e conhecimentos de cada membro da minha equipe é que concorrerá para o desempenho da minha administração.
Infelizmente, uma cadeia de gafes por parte do actual ministro da defesa brasileiro vem, até certo ponto, dar razão aos militares. Em vários eventos apareceu vestindo um uniforme camuflado de campanha e isso só é ajustável aos Bush da vida; na última conferência de imprensa sobre o acidente aéreo, ao ser inquirido por um jornalista a quantos km equivaliam 200 milhas marítimas, não soube responder sem pedir auxílio a um dos militares; explicou, ou tentou explicar que um corpo só subirá à superfície se o seu abdómen não estiver aberto.
Mesmo que o uniforme camuflado de campanha, dos três ramos das forças armadas, seja igual, ele deveria sempre aparecer civilmente trajado, pois os militares são muito ciumentos nesse capítulo... Na única vez que um ministro da defesa visitou um destacamento que eu comandava (Ameixoeira - Grafanil) em Lisboa, mesmo sendo um militar, estava à civil; no meu curso superior (Administração de Empresas) ou no do senhor ministro (Direito), não se aprende a equivalência de medidas --- isso eu aprendi no curso primário; quanto a dissertar sobre algo tão melindroso como os corpos das vítimas é inaceitável e impertinente e, afirmar taxativamente que o avião explodiu e, por isso não haveria combustível derramado no mar, é problemático.
Quem coostuma visitar o meu blog, decerto já se deve ter indagado porque nada escrevi a respeito do acidente com o avião da Air France. É verdade! Posso dizer que esse número está bloqueado no jogo do bicho...
E nada mais vou escrever por enquanto, pois há muita coisa no ar que não é o dito avião e, assim, espero um verdadeiro céu de brigadeiro...
Barak Obama decidiu adiar a transferência da embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém, por seis meses.
Claro que seria uma grande loucura essa transferência agora. E mais: muitos anos deverão passar para que uma decisão dessas possa ocorrer, se realmente ocorrer. A não ser que mais um louco venha a ser presidente...
Quando Deus fez o Mundo, para que os homens prosperassem decidiu dar-lhes apenas algumas virtudes. Assim:
- Aos suissos os fez estudiosos e respeitadores da lei;
- Aos ingleses, organizados e pontuais;
- Aos argentinos, chatos e arrogantes;
- Aos japoneses, trabalhadores e desciplinados;
- Aos italianos, alegres e românticos;
- Aos franceses, cultos e finos;
- Aos brasileiros, inteligentes, honestos e petistas.
O anjo anotou tudo, mas logo a seguir e com humildade e medo, perguntou:
- Senhor, a todos os povos foram dadas duas virtudes. Porém, aos brasileiros foram dadas três. Isto não os fará soberbos em relação aos demais?
- Muito bem observado, bom anjo! -- exclamou o Senhor. Isso é verdade!
- Façamos, então, uma correção: de agora em diante, os brasileiros, povo do meu coração, manterão estas três virtudes, mas nenhum deles poderá usar mais que duas simultâneamente, como os outros povos. Assim, o que fôr inteligente e honesto não pode ser petista.
Nunca é demais abordar o assunto; aqui estou outra vez, pois é interessantíssimo.
O azeite de oliva (oliveira) evita o acúmulo da gordura visceral, passaporte para doenças cardiovasculares e diabete. E, como se fosse pouco, combate a osteoporose e inflamações, caso da gastrite.
Basta um fio dourado do óleo da oliva para que aquela torrada dura e seca ganhe textura macia e sabor especial.
Uma outra transformação ocorre no seu organismo, mais precisamente no abdômen, quando você consome o azeite: ele impede o depósito de gordura bem ali, na linha da cintura.
Parece um contra-senso, já que o alimento é dos mais calóricos — cada grama oferece cerca de 9 calorias. Mas a descoberta é séria: o sumo das azeitonas evita mesmo a barriga indesejada.
Quem assina embaixo são cientistas de diversas universidades européias.
Juntos eles publicaram seu trabalho no periódico Diabetes Care, da Associação Americana de Diabete, em que compararam exames de imagem de voluntários, antes e depois do consumo do óleo.
E observaram que esse bom hábito diminuiu os depósitos de banha no abdômen. Diga-se: o ideal seria que você consumisse duas colheres de sopa por dia do ingrediente para obter seus benefícios.
No fundo, o mérito é todo da gordura monoinsaturada, que predomina no azeite. Se ela já era festejada por varrer o colesterol ruim das artérias, agora os médicos têm ainda mais motivo para cobri-la de elogios.
Isso porque estão empenhados em acabar com as barrigas avantajadas e não tem nada a ver com questões de beleza. A gordura visceral, justamente aquela da cintura, produz substâncias que dificultam a ação da insulina, o hormônio produzido pelo pâncreas que ajuda a glicose a entrar nas células.
Ou seja, barriga grande pode levar ao diabete do tipo 2, explica o endocrinologista Márcio Mancini, presidente eleito da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica, Abeso.
O diabete, ao lado da pressão alta, do colesterol, dos triglicérides alterados e, de novo, da tal barriga, é o componente básico de um mal que mata — a síndrome metabólica. O azeite, no entanto, ajuda a quebrar esse círculo nefasto.
Muito, muito antes de se estabelecer qualquer relação do azeite com a barriga antes até mesmo de se ter certeza de que barriga prejudicaria o coração, cientistas já observavam que os maiores consumidores do alimento estavam protegidos de males cardíacos.
Os povos do Mediterrâneo, que historicamente regam seus pratos com esse óleo, parecem mais distantes da ameaça de infarto. Claro, é preciso considerar que também se esbaldam em verduras, frutas e peixes, outros guardiães dos vasos.
Nenhum desses alimentos, entretanto, compete com o azeite na preferência de gregos, italianos espanhóis e portugueses. Muitos deles têm o hábito de tomar uma colher do óleo em jejum, conta o bioquímico Jorge Mancini, professor da Universidade de São Paulo (USP), que esteve na Espanha para pesquisar o assunto.
Para o nutrológo e cardiologista Daniel Magnoni, do Instituto de Metabolismo e Nutrição, que fica na capital paulista, uma vantagem da chamada dieta do Mediterrâneo é que a gordura monoinsaturada vinda da oliva ocupa o espaço das temidas trans, presentes nas margarinas, e das saturadas, que estão nas carnes vermelhas. Diferentemente da mono, que faz as taxas do mau colesterol despencarem, a dupla tem relação com a subida do LDL, diz.
VANTAGENS DO EXTRAVIRGEM
O efeito antibarriga, em tese, pode ser obtido com qualquer tipo de azeite de oliva. Afinal, em matéria de teor de gordura monoinsaturada — à qual se atribui essa ação — eles praticamente empatam.
Já quando se fala em evitar as placas nas artérias, a bioquímica Luciane Faine, que analisou o azeite na Universidade Estadual Paulista de Botucatu, no interior de São Paulo, reforça as vantagens do tipo extravirgem.
É que, no caso do efeito anticolesterol, é importante a presença de moléculas antioxidantes. 'Na produção do extravirgem a pressão física da oliva, que é feita sem adição de produtos químicos, preserva esses compostos, diz ela.Segundo Lucian, os polifenóis do óleo extravirgem se acumulam no plasma sanguíneo. Com isso, os radicais livres que oxidariam o colesterol a ponto de ele estacionar nas paredes dos vasos ficam praticamente fora de ação, conclui. E saiba: Todas as células do corpo saem ganhando.
Um azeite legítimo não traz solventes ou substâncias químicas. Como dizem os especialistas, ele é o suco da azeitona, pura e simplesmente. O que muda é o sabor, a textura, a cor ou o aroma. 'Tudo isso vai depender da variedade do fruto', diz a nutricionista e chef Maria Luiza Ctenas, uma expert no assunto.
Assim como acontece com o vinho, que já formou legiões de enófilos, hoje existem gourmets especializados em azeite que distinguem tipos de azeitona e locais de plantio apenas pelo olfato e sabem qual tipo de óleo combina com qual receita. São chamados pelos espanhóis de catadores. Segundo Maria Luiza o conselho desses experts vale muito, mas não dá para estabelecer regras. 'Cada um deve descobrir seu azeite preferido', opina.
CADA GORDURA, UMA CINTURA
O azeite ajuda a combater a barriga. Já a gordura encontrada em certas margarinas...
MONOINSATURADA
É como se esse ácido graxo, ou partícula de gordura, reorganizasse os depósitos de gordura, impedindo que inchem as células adiposas entre os órgãos do abdômen. Isso já foi observado, embora por enquanto ninguém conheça detalhes do mecanismo.
Outra boa notícia é que a molécula monoinsaturada do azeite aumenta a produção da adiponectina, uma substância capaz de combater inflamações e as placas nas artérias', diz o cardiologista Heno Lopes, do Instituto do Coração, o InCor, em São Paulo.
TRANS
Apesar de oferecer as mesmas 9 calorias por grama do azeite, a famigerada trans parece inflar os adipócitos, que são as células gordurosas, com maior facilidade do que qualquer outro óleo.
Existem evidências científicas de que não adianta tanto levar uma dieta mais leve se os poucos lipídios que entram no cardápio são trans. Além de favorecer a pança, esse tipinho provoca a resistência à insulina, fazendo o pâncreas trabalhar dobrado —um esforço extra que pode desembocar no diabete tipo 2.
O QUE ESSE ÓLEO TEM
Mais da metade da composição do azeite é pura gordura monoinsaturada. Ele contém, ainda, pitadas de ômega-3 e está cheio de substâncias antioxidantes, com destaque para os polifenóis, que, além de conferir aquele aroma característico, beneficiam nossas artérias. Vale ressaltar ainda a boa concentração de vitamina E, nutriente que afasta o risco de tumores. O azeite é apelidado pelos mediterrâneos, merecidamente, aliás, de 'ouro líquido'.
NO ESTÔMAGO
Pesquisadores da Universidade de Valme, na Espanha, observaram que o óleo de oliva contém substâncias com efeito bactericida, capazes de combater a Helicobacter pylori, microorganismo por trás da gastrite.
O achado foi publicado recentemente no Journal of Agricultural and Food Chemistry, um importante periódico científico americano.
ABAIXO A DOR
Cientistas do Instituto Monell, nos Estados Unidos, encontraram no azeite uma molécula que inibe a atividade de enzimas envolvidas em inflamações. É o oleocanthal, um composto de ação idêntica à de analgésicos e que, portanto, é infalível contra as dores. Então, é provável que o consumo regular ofereça alívio para os que sofrem de dores crônicas.
PARA OS OSSOS
Ele também ajudaria a afastar a osteoporose. Pesquisadores da Universidade de Jáen, na Espanha, notaram que o consumo de azeite está associado à menor incidência de fraturas. Embora o efeito tenha sido demonstrado em um grupo de 334 voluntários, falta elucidar o porquê.
CONTRA TUMORES
Um trabalho publicado há pouco na revista da Sociedade Européia de Oncologia mostra que a gordura monoinsaturada do óleo de oliva diminui o risco do câncer de cólon. Pesquisas anteriores já apontaram a ação preventiva em outros tumores, como o de mama.
CAMPEÕES DO AZEITE
Graças ao clima, os países europeus que estão na bacia do Mediterrâneo são os maiores produtores do mundo. A Espanha detém 32% da produção, a Itália 26%, a Grécia 16,5% e Portugal 2%*.
EM DEFESA DO PEITO
Este era o efeito, até então, mais badalado do azeite. Entenda por que a sua fórmula é perfeita para poupar as artérias de estragos.
O consumo habitual do óleo de oliva auxilia na redução dos níveis de LDL, a fração ruim do colesterol. E, quanto menor o teor de LDL, menores são as chances de sobrarem moléculas dessa gordura na circulação. Sem contar que os ingredientes do azeite contribuem para o aumento do HDL, uma partícula que carrega o colesterol para longe das artérias.