A actual situação caótica em que se encontra a aviação civil brasileira não nasceu ontem, não vem desde o acidente com o avião da Gol, há dez meses atrás e, até mesmo, não começou quando daquele acidente com outro avião da TAM, no mesmo aeroporto de Congonhas, o qual caíu sobre os prédios circundantes. Como costumamos dizer por aqui, "o buraco é mais em baixo"...
O aeroporto de Congonhas é o mais movimentado do país e localiza-se no coração da cidade de São Paulo. Isso, por si só, já é um absurdo. Há anos atrás percebeu-se isso e resolveu-se construir um grande aeroporto internacional em área aberta, ficando aquele para as linhas da ponte aérea Rio - S. Paulo e outras domésticas.
Cometeram-se dois erros crassos! Construiram o novo em Guarulhos numa região que tem nevoeiros 300 dias por ano. Não se deu muita atenção a Congonhas que acabou por ficar saturado outra vez. E, quanto ao de Viracopos, na cidade de Campinas (78 km de S. Paulo), que já operava com vôos internacionais e numa região que tem um dos melhores climas do país, nem pensar em mexer, não obstante o grande número de vozes que se levantaram elegendo-o como a melhor e única opção viável. Sempre os interesses pessoais de uma minoria prevaleceram, em detrimento dos da sociedade como um todo.
Já faz um bom tempo que se levantou nòvamente a hipótese de Viracopos como solução para os muitos problemas que se vêem avolumando nos outros aeroportos. A coisa começou a ganhar força. Ampliaram-se algumas instalações. Porém, arrasta-se há muito tempo a aprovação de licenças ambientais e outras, surgindo a cada dia novos empecilhos. Outra vez estamos diante de interesses ocultos... Viracopos é a solução! Com a construção da segunda pista e de novas instalações que estejam de acordo com a capacidade, construa-se, também, a linha ferroviária que ligue Campinas a São Paulo.
Esse acidente de ontem não se deveu aos insolúveis (?) problemas de controle do espaço aéreo ou à confusão que reina nas entidades de gestão. Já era esperado que algo ocorresse com a liberação de uma pista mal reformada e com obras inacabadas. No dia anterior já houvera um sinal de aviso quando da derrapagem de um pequeno avião.
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